Tel: (+351) 21 361 9049 | lisnautica@gmail.com

Chamada para a rede fixa nacional


Blog Layout

Lubrificantes - Breve guia das suas tipologias, utilizações, classificações etc

Lisnautica • abr. 01, 2022

Lubrificantes, um guia simples para a sua identificação e utilização

Os óleos e os lubrificantes são ubíquos no nosso dia a dia, seja em terra ou a bordo; mas o que significa SAE,  ATF, etc...??


Neste post do nosso blog vamos explicar de uma forma generalista as principais diferenças entre vários tipos de lubrificantes, a sua utilização e nomenclatura.


A bordo são mais usados sobretudo 4 tipos de lubrificantes:

 - para a lubrificação do motor

 - para a combustão

 - para a transmissão e hidráulicos

 - para a lubrificação de outros equipamentos



Lubrificação do motor


Quando falamos de "óleo do motor", 99% das vezes falamos do óleo que circula no interior e que lubrifica as peças móveis do motor, de forma contínua, e que depois de realizar a lubrificação das peças, escorre e é recolhido no carter para ser reutilizado.


Nestes é frequente ver indicações tais como SAE, derivado da escala de classificação que a Society of Automotive Engineers estabeleceu para medir a viscosidade do óleo. Um óleo mais viscoso demora mais tempo a fluir que um menos viscoso.


Na nomenclatura do óleo é mais usual referirmo-nos a 10W40 ou 5W30. Este W corresponde à viscosidade do óleo no Inverno (W de Winter), a 0º Fahrenheit (-17ºC). Assim, quanto mais baixo for o valor a antes do W, menos provável é que óleo engrosse, diminuindo a sua capacidade lubrificante.


De forma semelhante, o valor a seguir ao W indica a viscosidade a 100ºC (212º Fahrenheit); ou seja, quão adelgaçado e ineficiente fica acima desse ponto.


Por exemplo, um 10W25 e um 10W45, vão proporcionar ambos uma boa lubrificação a baixa temperatura. mas a sua performance a temperaturas mais elevadas vai variar bastante.


Paralelamente à viscosidade, os óleos lubrificantes dividem-se entre minerais e sintéticos. Os óleos minerais são menos regulares do ponto de vista da sua estrutura química/molecular, mais próxima do petróleo, enquanto os sintéticos resultam de formulações mais complexas, com a adição de aditivos e outras técnicas de refinação.


Veja alguns exemplos deste óleos na nossa loja online:


ÓLEO SINTÉTICO SAE 25W40 PARA MOTORES 4 TEMPOS

ÓLEO SAE 10W30 PARA MOTORES 4 TEMPOS


Combustão


Os óleos para combustão são os utilizados para a fazer a "mistura" com a gasolina para os motores a 2 tempos. Actualmente, dada a diminuição da utilização e comercialização deste tipo de motores, a sua utilização é residual. Estes óleo dividem-se em duas grande categorias: biodegradáveis ou não.


Em Portugal, é proibida utilização de motores a dois tempos na maioria da barragens, e as que autorizam, só é permitida a sua utilização com óleos biodegradáveis; contudo, no mar não há qualquer tipo de limitação.

Veja alguns exemplos deste óleos na nossa loja online:


ÓLEO VETUS MOTOR FORA BORDA TC-W3

ÓLEO LIQUI MOLI MOTOR FORA BORDA TC-W3



Transmissão e hidráulicos


Há dois tipos de óleos de transmissão: para as transmissões manuais (MTF, Manual Transmission Fluids) e para as automáticas (ATF, Automatic Transmission Fluids). Os 1º não são habitualmente utilizados em barcos, ao contrário dos 2º, que são comuns em saildrives por exemplo. Para além de lubrificarem, servem outras funções como ajudar a dissipar o calor das engrenagens, limpar e proteger os casquilhos, etc.


Aos ATF são adicionados corantes (verde ou vermelho) para os distinguir de outros óleos, e são classificados de GL-1 a GL-5; quanto maior o valor, maior é a pressão que suportam sem deixar as partes metálicas em contacto sem lubrificação. A viscosidade também é definida pela SAE, mas a equivalência entre os ATF e os lubrificantes de motor não é automática: um ATF 75W90 corresponde a um óleo de motor de 10W40. Para além destas normas, é frequente a referência a DEXTRON, uma norma (e marca registada) desenvolvida pela General Motors nos anos 1960.


Veja alguns exemplos deste óleos na nossa loja online:


ÓLEO ATF PARA TRANSMISSÃO SD 1LT

KIT DE LUBRIFICAÇÃO CAIXA DE TRANSMISSÃO QUICKSILVER


Os óleos para os hidráulicos são habitualmente usados nas direcções e nos sistemas de trim/flaps para afinação da posição dos motores e estabilidade das embarcações e nos mecanismos das passarelas de cais. São óleos cuja função principal não é lubrificar (se bem que também o fazem), mas transmitirem força: ao actuarem nos pistões, geram o movimento que opera o equipamento. Ao gerar força e movimento, e devido ao atrito nas tubagens, os óleos hidráulicos estão sujeitos a muita pressão e calor. Tal como nos óleos de motor, os hidráulicos podem ser divididos em minerais e sintéticos, com os sintéticos a puderem ser ajustados para condições especificas de temperatura, oxidação, e outras.


Em ambos os casos um óleo hidráulico de ser capaz de resistir a altas pressões, manter-se estável nas variações térmicas, não ser corrosivo e não inflamável. Para tal são adicionados ao óleo base (semelhante ao ATF), esteres, silicones, glicoles e anti-congelantes, etc.


Estes óleos são graduados numa escala criada pela SAE denominada VI (Viscosity Index - índice de viscosidade), que vai do Baixo (melhor performance entre o 0º e os 35º) ao Muito Alto (110º e superior). Paralelamente, há uma norma ISO também frequentemente utilizada: ISO VG, onde o valor após o VG indica maior ou menos viscosidade. O ISO VG 15 é o de utilização mais comum.


Tal como o ATF, alguns óleos hidráulicos têm a graduação GL indicada nas embalagens; contudo estes são dois óleos de características distintas, e não devem ser utilizados em substituição um do outro.


Veja alguns exemplos deste óleos na nossa loja online:

ÓLEO HIDRÁULICO QUICKSILVER


Lubrificação de outros equipamentos


Mas a bordo há mais peças e equipamentos a precisar de lubrificação! Molinetes, fechaduras, dobradiças, rolamentos e muitos mais! Os lubrificantes de usos geral são disponibilizados em três formas: liquida, em spray e em massa.


Naturalmente cada um deles tem a sua utilização específica, mas vamos abordar primeiro o que têem em comum. Nos últimos anos são cada vez mais os lubrificantes com teflon (PTFE); dada este formar uma camada microscópica sobre as superfícies onde é aplicado, estes lubrificantes alcançam melhores resultados com menores quantidades, e o seu é efeito mais prolongado. As características de de baixa fricção, conjugadas com uma elevada resistência ao calor, ser inerte quando em contacto com a maioria dos químicos e não conductor eléctrico, fazem dos lubrificantes de teflon os mais adequados para a lubrificação de equipamentos eléctricos, como motores ou interruptores por exemplo.


Para outros equipamentos, como por exemplo os molinetes, carrinhos de escoltas, etc, existem lubrificantes secos (em spray) que são formulados para secar rapidamente, deixando a camada de lubrificante nas superfícies onde foram aplicados e não deixando poeiras ou outros detritos colar-se às peças lubrificadas.


Paralelamente aos produtos com teflon, também estão disponíveis sprays de óleos lubrificantes de uso geral, apropriados para situações e peças que não tenham necessidade de produtos específicos.


Já para aplicar em elementos que contenham borrachas (O-rings por exemplo) ou peças em plástico, um lubrificante com silicone é o adequado.


Também aqui, o spray com o seu aplicador orientável garante uma aplicação tanto precisa como geral, de acordo com o aplicador utilizado, e ao vaporizar o liquido quase até ao tamanho molecular, permite uma maior penetração do lubrificante. Esta é uma das razões que os lubrificantes em spray são tão eficazes quando utilizados para "soltar" porcas, torneiras e até fechos éclair. E quando aplicados com regularidade prolongam a vida útil dos equipamentos, tornando o seu manuseamento mais simples.


Os lubrificantes líquidos, em embalagens tipo conta-gotas, permitem lubrificar com precisão peças específicas, e permitindo ao utilizador ver a penetração do óleo nas engrenagens.


Por fim temos as massas. Ao contrário dos exemplos anteriores, a aplicação das massas é mais frequente quando há necessidade de cobrir todos as peças, não só para as lubrificar como para as isolar dos elementos externos. Assistimos a esta utilização em cardans, engrenagens, etc. A aplicação das massas pode ser realizada directamente - barrando as peças e/ou superfícies - ou através de ferramentas próprias nos bicos de lubrificação.


Tal como sucede com outros lubrificantes, as massas também têm um sistema de classificação: o NLGI (National Lubricating Grease Institute). Este sistema tem 9 categorias, do 000 ao 6; a titulo de exemplo:


 - 000 - massa com a consistência mais liquida

 - 2 - massa lubrificante "normal", com uma consistência espessa

 - 6 - massa muito dura, com uma consistência rija


Veja alguns exemplos deste lubrificantes na nossa loja online:

LUBRIFICANTE Starbrite COM TEFLON BRANCO

SPARY SECO HARKEN

ÓLEO HARKEN PARA LUBRIFICAÇÃO DE MOLINETES

MASSA LUBRIFICANTE QUICKSILVER HIGH PERFORMANCE EXTREME

WD40 - 500 ml



Por Lisnautica 30 out., 2023
Galeria das fotografias da REGATA CHARLIE CAVCMA, com o apoio da a #Lisnautica © CAVCMA | Luís Fráguas
Por Lisnautica 22 mai., 2023
Galeria das fotografias da REGATA BRAVO CAVCMA, com o apoio da a #Lisnautica © CAVCMA | Luís Fráguas
Trofeu regata CAVCMA ALPHA
Por LISNAUTICA 05 mai., 2023
Galeria das fotografias da REGATA ALPHA CAVCMA, com o apoio da a #Lisnautica © CAVCMA | Luís Fráguas
Por Lisnautica 24 out., 2022
Descodificar as medidas imperais
Por Lisnautica 13 out., 2022
Após o Verão há que preparar o barco para passar o Inverno, para que a próxima época não comece com uma dor de cabeça.
Por Lisnautica 21 abr., 2022
Breve dicionário de termos náuticos Português - Francês - Inglês - Espanhol
Por Lisnautica 21 abr., 2022
Français | Castellano | English
Por Lisnautica 16 fev., 2022
Como fazer costuras em gachetas Para muitos de nós o termo "gacheta" é estranho e invulgar; contudo, a maioria dos cabos que usamos a bordo actualmente são gachetas (cabos com um alma de material sintético, protegido por uma manga têxtil) como é o caso dos cabos da gama Hercules ou Regatta 2000 . O termo "Gacheta" é utilizado para definir um tipo de trabalho de Arte de Marinheiro, mas também era usado para cabos que, de uma forma ou outra, eram protegidos por algum tipo de cobertura exterior. Tal como nos cabos tradicionais de 3 (ou mais cordões), nestes cabos também podem ser feitas costuras, mãozinhas, etc. A LIROS (que produz cabos de todos os tipos em várias gamas - bem como os acessórios, agulhas, etc - comercializadas pela Lisnautica), disponibiliza vários tutoriais sobre como realizar estas costuras, que partilhamos abaixo.
Show More
Share by: